segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crítica: A pele que habito




O que esperar de um novo longa metragem do diretor Almódovar? Fortes e inesperadas emoções.
Confesso ser fã dos filmes de Pedro Almódovar, principalmente da maneira em que ele retrata temas que muitas vezes são rejeitados pelos diretores, de uma forma totalmente singular.
O novo longa de Almodóvar "A pele que habito", a sua musa Penelope Cruz é substituida por Elena Anaya, outra ótima atriz que já havia trabalhado com o diretor, no filme Fale com Ela. Banderas, como sempre, parece se encaixar perfeitamente nos filmes de Almodóvar.

O filme gira em torno de Robert Legard (Banderas), um cirurgião plástico renomado que, após um acidente com a esposa Gal, fixa seu conhecimento em desenvolver uma pele humana que seja totalmente resistente a qualquer tipo de dano, contato com fogo e etc. Robert mantem uma relação com a prisioneira misteriosa Vera (Anaya), os dois têm uma relação que gira em torno de amor, ódio, rancor, raiva, calma, muitos sentimentos juntos devido a história de Vera e da influencia que o cirurgião teve na vida dessa.
A maneira com que Almodóvar vai relevando os segredos de cada personagem, é incrível, pois a ligação que esses possuem é grande, mas só aos poucos é revelada e as peças vão se encaixando como se fosse um quebra-cabeça.


Podemos observar em A pele que habito várias caracteristicas que distinguem Almodóvar de qualquer  outro diretor, como por exemplo as cores vibrantes: laranja, vermelho, móveis de cores fortes, os planos da câmera inconfundível, a trilha sonora intrigante, as fotografias misteriosas, os segredos, mistérios profundos, dramas, assuntos delicados retratos de forma natural.

O filme é passado em feedbacks para explicar a história de cada personagem e a maneira com que suas histórias se cruzam, tudo passa a se encaixar, acompanhando os acontecimentos de seis anos antes, quando a filha do médico, Norma (Blanca Suárez), sofre uma traumática experiência envolvendo o jovem Vicente (Jan Cornet) e a forma com que seu pai reage a isso.

 Vale apena conferir o novo filme de Almodóvar. Os que gostam de Almodóvar sem dúvida vão se entregar a esse suspense, sem dúvida. A pele que habito é envolvente, ao meu ver, Almodóvar resgatou o que havia se perdido em Abraços Partidos.